Entomologistas forense, nascido no século 19. Oscar Freire em 1908 realizou estudos sobre Entomologias Forense no Estado da Bahia. Com base em estudos de casos em humanos e animais realizados na primeira década do Século XX, registrando a diversidade da fauna de insetos necrófagos em regiões de Mata Atlântica, então ainda bastante preservadas. O marco inicial da entomologia forense está associado ao trabalho de Oscar Freire.¹
O conhecimento acumulado por Oscar Freire e sua experiência ao longo dos anos serviram de modelo para os estudos atuais sobre a Entomologia Forense no Brasil, principalmente a preocupação em trazer soluções às questões médico-legais, especialmente ao problema da cronotanatognose, a estimativa do tempo de morte.¹
O rigor científico das observações e críticas de Oscar Freire vem ao encontro da visão atual de que as técnicas desenvolvidas em outros países não podem ser diretamente aplicadas no Brasil, pelas diferenças na entomofauna e no clima.¹
Uma das facetas mais interessantes da polimorfa inteligência de Oscar Freire foi seu pendor para os estudos de zoologia e, mais especialmente, para os de entomologia. Ao estudar a ecologia e sistemática dos insetos, procurava, sem duvida, aplicar tais pesquisas ao ramo dos conhecimentos ao qual dedicava suas mais constantes atividades - a Medicina Legal. Nem por isso deixou, entretanto, de legar à entomologia pura as mais diversas e interessantes contribuições para a sistemática, biologia, ecologia e distribuição geográfica das espécies.²
Como todo bom entomologista-que se preza, não deixou Oscar Freire de se aventurar nas quizílias de nomenclatura; e publica na Gazeta Medica da Baía, u m bem lançado artigo sobre uma questão de nomenclatura, em que discute a prioridade do nome Compsomyia sobre Chrysomyia para a mosca Macellaria; hoje não subsiste nem um nem outro mas sim o de Cochliomyia. As citações que faz no original da velha literatura entomológica, de difícil consulta mesmo nas melhores bibliotecas especializadas de nosso país, mostram quão rica era a sua bibliografia zoológica. Não deixa também de defender a. importância da sistemática, o que muito deve encantar ainda hoje os nossos sistematistas, que dificilmente deixam certos animais permanecerem com o mesmo nome, por mais de alguns poucos meses... "Não se tenha esta questão de nomes por desprezível bizantismo científico, diz o mestre. Sem uma nomenclatura bem assentada e escrupülosamente cumprida e respeitada, não haverá meio de entenderem-se os entomologistas".²